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Lesões cartilaginosas e a osteoartrose

As lesões da cartilagem articular são relativamente comuns em atletas e na população em geral, afetando mais de 1 milhão de pessoas por ano. Estas lesões podem acontecer de forma insidiosa, por meio de ações repetitivas, ou estarem associadas a episódios traumáticos, como uma entorse de joelho. Infelizmente, quando não devidamente acompanhadas, podem conduzir a uma degeneração mais precoce, levando a incapacidades funcionais e dor.

Onde se encontra a cartilagem e qual a sua função?

 O tecido cartilaginoso encontra-se revestindo as superfícies ósseas das articulações sinoviais e é o responsável por absorver e distribuir as cargas nas articulações. É composto por colágeno do tipo 2 e possui duas fases distintas (sólida e fluida), cada uma com características próprias e especializadas, que permitem mudanças dinâmicas de fluidos e compressibilidade durante o suporte de peso.  A fase fluida fornece à matriz sua característica de dependência do tempo, deformabilidade reversível e capacidade de dissipar carga, sendo que as interações destas características são fundamentais para a propriedade viscoelastica do tecido. A fase sólida tem alta resistência ao atrito e baixa permeabilidade, o que causa uma alta pressurização do fluido intersticial na fase fluida. A pressurização desta fase contribui com mais de 90% da transmissão de carga da cartilagem.

Histologicamente este tecido é organizado em 4 zonas (camadas superficiais, transicionais, profundas e calcificadas).Cada camada contribui com características e propriedades biomecânicas para a estrutura geral, que são necessárias para suportar cargas e funcionar com atrito mínimo. A cartilagem articular normal é um tecido metabolicamente ativo que requer nutrição para sobreviver, devido à ausência de suprimento direto de sangue, modos alternativos de nutrição são necessários, como a absorção do liquido sinovial.  Este liquido é que lubrifica as articulações, já foi demonstrado que a remoção dele leva a uma rápida degeneração da cartilagem articular.

Se a articulação é privada de movimento, o líquido sinovial fica estagnado e os nutrientes vitais se esgotam. Por isso a importância da Fisioterapia, que através do exercício controlado mantém este sistema em funcionamento, garantido assim a função da articulação e prevenindo a aceleração do processo artrótico.

A Osteoartrose (AO) é um processo degenerativo que causa o desgaste das articulações sinoviais. Dependendo da região afetada é dado um nome especifico para esta doença como por exemplo rizoartrose quando afeta a mão e gonartrose  quando afeta o joelho. As manifestações clínicas mais comuns são: dor, edema, bloqueio articular e perda da amplitude de movimento e com isso limitação funcional. Esta condição muitas vezes faz com que os indivíduos acometidos necessitem modificar suas atividades diárias assim como reduzir os níveis de atividade física.

É importante destacar, também, que a Osteoartrose é um processo natural do envelhecimento e que a falta de uma atividade física, assim como níveis em competição apenas acelera este processo e aumenta a limitação causada por ele. Toda esta estrutura complexa concomitante com a dificuldade de reparação do tecido cartilaginoso em decorrência da sua baixa vascularização,  torna o tratamento dos problemas condrais um grande desafio para médicos e fisioterapeutas. Em estágios mais avançados são necessários procedimentos cirúrgicos, inclusive, chegando a artroplastia. Dentre as técnicas cirúrgicas mais utilizadas atualmente podemos destacar debridamento e lavagem via artroscopica, microperfurações, implante autólogo de condrócitos (ACI), transplante de autoenxerto osteocondral (OAT), transplante de aloenxerto osteocondral.

Atualmente os médicos tem utilizado a viscossuplementção como uma tentativa de dimunuir e retardar os efeitos deletérios da lesão condral. A fisioterapia atua na diminuição dos sintomas, ganho de amplitude de movimento e principalmente ganho de força muscular para dar qualidade de vida e retorno a função dos pacientes.

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